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Residentes contra certificação da Peneda-Gerês Imprimir E-mail

Público,  Andrea Cruz, 09.10.18

Um movimento cívico que reúne residentes e eleitos das freguesias da área da Peneda-Gerês protestaram anteontem, junto da Fundação Pan Parks, contra a forma "como tem decorrido o processo de certificação" daquele parque. A Comissão Peneda-Gerês-Com-Gente entregou um documento com as suas queixas aos responsáveis daquela rede europeia, reunida esta se-mana em Castro Laboreiro e Melgaço, que conferiu a sua certificação ao parque e a 17 parceiros turísticos.

Refira-se que a Pan Parks reúne os melhores parques da Europa, entre os quais o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), o único da Península Ibérica incluído na rede.

Os residentes queixam-se de terem sido "excluídos" da estratégia de desenvolvimento da área protegida, colocando em causa os critérios de selecção das empresas. Em declarações ao PÚBLICO, o porta-voz José Carlos Pires acusou o PNPG de "subverter por completo o seu papel", criando "facilidades a agentes económicos de fora do parque, alguns até da Região Centro do país", em vez de apoiar as actividades e agentes inseridos no território".

O director adjunto do PNPG, Duarte Figueiredo, garantiu que "só não aderiu quem não quis", porque "o processo foi transparente, rigoroso e escrutinado pela própria fundação europeia". O responsável adiantou que os critérios foram definidos pelo Grupo Local Pan Park, onde estão representadas, além de outras instituições, as cinco autarquias que integram o parque. Duarte Figueiredo sublinhou que os parceiros foram seleccionados "pela qualidade dos projectos, pela certificação reconhecida e por exercerem a sua actividade dentro do território". "Não era critério de elegibilidade serem empresas com sede no parque", sustentou.

Outra das queixas do movimento prende-se com "as consequências nefastas" que a integração irá acarretar para as populações. Um dos requisitos assenta na manutenção de uma zona sem intervenção humana. O PNPG terá de ter uma área mínima de cinco mil hectares sem população, limite que terá de ser alargado, a médio prazo, para dez mil hectares. As populações temem que sejam impostas proibições ao uso dos pastos de montanha, para garantir a permanência na rede europeia.
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