Arquitectos denunciam irregularidades em concurso |
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Público, Margarida Gomes, 09.10.17
Irregularidades várias levaram ontem a Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OA) a considerar "inaceitável" o concurso público para trabalhos de concepção com vista à selecção da equipa projectista para elaboração dos projectos de arquitectura e especialidade do edifício das bancadas do Estádio Municipal de Meda, na Guarda. É a segunda vez que a Ordem toma esta posição, depois de já no início do ano ter pedido a impugnação do concurso público para a construção de três edifícios do Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real, que dava apenas nove dias para a entrega de propostas.
Diz a OA que o novo concurso, promovido pela Câmara de Meda, "não
garante nem as condições mínimas admissíveis ao desenvolvimento
adequado dos trabalhos dos concorrentes, nem a correcta aplicação da
legislação que estabelece a disciplina aplicável à contratação
pública". A denúncia consta de um comunicado no qual a Ordem, dirigida
por João Belo Rodeia, alude ao "grave incumprimento do Código dos
Contratos Públicos" e contesta o prazo de dez dias estipulado "para
elaboração e entrega de um projecto de arquitectura e respectivos
projectos de especialidades".
Por outro lado, sublinha que "a exigência de requisitos de índole da
sua capacidade técnica é inconciliável com a modalidade de concurso
público adoptada". Entende ainda que "as entidades adjudicantes
deveriam adoptar o concurso limitado por prévia qualificação e
fundamentar devidamente esta sua decisão". E observa que "a prática
profissional da arquitectura não se coaduna com um prazo impraticável e
irrealista, quando em causa se encontra a elaboração de um "estudo
prévio" de um projecto de arquitectura e dos vários projectos de
especialidade" para um edifício de bancadas para 400 lugares. "Estas
exigências não garantem condições dignas para o exercício da
actividade", acusa a OA.
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