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Público, 26.08.09, Jorge Talixa
A extensão, não confirmada, de cerca de dois quilómetros para norte da zona de implantação do futuro aeroporto internacional de Lisboa está a gerar acesa polémica na freguesia de Santo Estêvão e no município ribatejano de Benavente.
A Associação para a Defesa Ambiental de Santo Estêvão (ADASE) enviou uma exposição ao presidente da Naer (empresa pública responsável pelos estudos do futuro aeroporto) e a Câmara de Benavente pediu uma reunião urgente ao mesmo responsável para "obter esclarecimentos sobre as razões que levaram à alteração da localização das plataformas com prejuízo para a população de Santo Estêvão".
A Naer garante, por seu lado, que não há qualquer alteração e que a
plataforma prevista corresponde exactamente às recomendações do
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e ao previsto no Plano
Director de Referência do Novo Aeroporto já divulgado em Abril. O
Ministério das Obras Públicas afiança, em resposta ao PÚBLICO, que não
haverá necessidade de qualquer expropriação ou indemnização a
particulares para implantar o novo aeroporto de Lisboa (NAL).
Certo é,
contudo, que os estudos para a eventual construção do NAL na zona da
Ota apontavam para a necessidade de uma área de 1810 hectares e o
Estudo para Análise Técnica Comparada das Alternativas de Localização
(Ota ou Campo de Tiro de Alcochete [CTA]) elaborado pelo LNEC
recomendava a optimização da implantação na área disponível do CTA,
considerada perfeitamente suficiente para estes 1800 hectares.
Já em
Outubro de 2008, os elementos de enquadramento para elaboração do Plano
Director de Referência do NAL divulgados pela Naer definiam uma zona
operacional do novo aeroporto bastante mais alargada, com 4780
hectares, dos quais 2902 estavam dentro do Campo de Tiro e 1878 fora
desta unidade militar, em espaços privados.
O Plano Director de
Referência, divulgado em Abril último, aponta para uma área de
implantação do NAL de 3383 hectares e para uma zona operacional um
pouco mais alargada. Esclarece que este perímetro do NAL corresponde à
infra-estrutura aeroportuária propriamente dita e a "actividades
conexas, complementares ou acessórias", incluindo os interfaces entre
modos de transporte.
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