Público, 24.08.09, Alexandra Prado Coelho
Os arquitectos que fizeram os apoios de praia para o programa Polis da Costa de Caparica são sensíveis à opinião de quem os acha monótonos. Mas, explicam, o facto de os 27 bares e restaurantes previstos (dos quais estão feitos 22) serem muito semelhantes entre si deve-se em primeiro lugar às regras do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Sintra-Sado.
Quem este Verão frequenta as praias da frente urbana da Costa de
Caparica encontra grandes mudanças, uma das quais é que no lugar dos
antigos restaurantes e bares, muitos dos quais não tinham as
necessárias condições de higiene ou conforto, estão agora os novos
apoios de praia - estruturas rectangulares, com ripas de madeira, e
esplanadas. O concurso para estes apoios foi ganho pelo atelier de
arquitectura Pardal Monteiro, que trabalhou no projecto com os
arquitectos João Veríssimo e Sara Ribeiro (o projecto geral de execução
da frente de praias urbanas é do consórcio WSAtkins Portugal Lda/Santa
Rita Arquitectos Lda, mas os apoios de praia foram objecto de outro
concurso).
"O factor económico também pesou" na opção por este tipo de
estruturas, explicam Pardal Monteiro e João Veríssimo. "São os
concessionários que, através de uma renda, vão pagar os apoios. Se
estes fossem todos diferentes, seriam mais caros e isso poderia
inviabilizar todo o processo", afirmam.
Apesar da impressão geral
ainda ser de alguma monotonia, "houve uma evolução enorme" entre o
projecto inicial e o resultado final, dizem Pardal Monteiro e
Veríssimo. "Tivemos reuniões com os concessionários e como cada um tem
necessidades diferentes, houve várias adaptações dos espaços", explicam
os arquitectos, que reconhecem que essas alterações acabaram por ser
benéficas para quebrar alguma da monotonia.
Entre os interlocutores que
tiveram havia proprietários de verdadeiras instituições da Costa como
os restaurantes O Barbas ou o Carolina do Aires e outros de pequenos
barzinhos de praia. As necessidades eram, obviamente, distintas. "O que
fizemos acabou por ter um custo por metro quadrado de apoio de praia,
embora alguns sejam grandes restaurantes". Uma das questões que os
arquitectos consideram essencial nestas estruturas é terem uma área de
esplanada que permite às pessoas sentar-se ao ar livre sob uma
cobertura - e esse foi um ponto em que tiveram que insistir com alguns
dos concessionários, que preferiam ter áreas maiores completamente
fechadas.
Outra alteração aos planos iniciais foi a introdução de cor
que veio também diferenciar os estabelecimentos. Passou a haver, por
exemplo, paredes coloridas na zona dos chuveiros públicos, que existem
na maior parte destes estabelecimentos.
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