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Reabilitação do Porto em discussão pública Imprimir E-mail

Público, 01.08.2009, Patrícia Carvalho

A Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) iniciou, ontem, a fase de discussão pública das intervenções que pretende desencadear em dois quarteirões da cidade: um, na Baixa (Quarteirão da Associação de Jornalistas e Homens de Letras), e outro em pleno centro histórico (o Quarteirão do Cais das Pedras). Quem quiser pode já pronunciar-se sobre o projecto-base do documento estratégico de cada um destes espaços.

A estratégia que se pretende seguir não difere, em quase nada, daquela que tem sido desenvolvida nos restantes quarteirões abrangidos pela alçada da SRU. No quarteirão da Associação de Jornalistas e Homens de Letras, das 12 parcelas que o compõem, apenas três estão parcialmente devolutas. Em contrapartida, metade dos imóveis estão "integralmente ocupados", explica o projecto base. A intervenção global prevista pela Porto Vivo não chega aos dois milhões de euros e defende uma elevação "significativa" da actividade comercial disponível ao nível do rés-do-chão e, se possível, "mais diversificada". Nos pisos superiores, a supremacia irá - como tem sido defendido pelas equipas da SRU - para a habitação. O outro documento que foi, ontem, posto à discussão pública, é o projecto base para o quarteirão do Cais das Pedras; este divide-se em duas unidades de intervenção distintas - Cristêlo e Igreja. No quarteirão Cais das Pedras - Igreja, a Porto Vivo defende a possibilidade de duas intervenções: uma "mais realista", explica a equipa técnica, e que se ficará pela correcção de problemas de salubridade e estética, melhorando as condições de habitabilidade dos moradores. A outra, muito mais profunda, demorada e dispendiosa, implica a demolição e reconstrução de vários edifícios, restituindo ao quarteirão um aspecto mais próximo do original, livre das alterações que foram sendo introduzidas ao longo dos anos.

Já na outra unidade de intervenção, em Cristêlo, a proposta é mais ambiciosa, e além de apostar na prevalência da habitação, propõe-se uma intervenção conjunta para quatro parcelas no núcleo do quarteirão, em estado de ruína, e que deverão ser demolidas. Este caminho permitirá, segundo a SRU, criar uma cave com estacionamento, um piso comercial com frente para o Cais das Pedras, e um pátio interior deste grande agregado que poderá ser usado como espaço residencial ou, eventualmente, ser transformado numa unidade hoteleira. Cerca de 36 por cento dos edifícios deste quarteirão estão em mau estado, prevendo-se que o investimento global chegue aos 5,7 milhões de euros. Nas duas unidades de intervenção do Cais das Pedras a expectativa é que as obras mais profundas possam arrancar no segundo trimestre de 2010.

No passado dia 14 de Julho, a SRU aprovou também os documentos estratégicos para os quarteirões da Ponte Nova, S. João e Banco de Portugal. A fase seguinte passa pela negociação dos termos da reabilitação com os proprietários dos imóveis.

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