Público, 21.07.2009, Inês Boaventura
O Plano de Urbanização da Área Envolvente à Estação do Oriente prevê a divisão da zona em vários quarteirões independentes com usos mistos, no interior dos quais será incentivada a fixação de actividades ligadas ao conhecimento, através da atribuição de "bonificações" pela autarquia no momento da sua fixação. O plano, que se encontra em apreciação nos serviços camarários, foi ontem apresentado por Juan Busquetes e parte do pressuposto de que com a alta velocidade a Gare do Oriente se vai tornar "o nó intermodal mais importante do país".
O arquitecto lembrou que "no outro lado do caminho-de-ferro existe uma
cidade a transformar", junto ao local "onde se produziu há uma década
um Big Bang", que foi a Expo-98.
Juan Busquetes propõe que o espaço junto à gare seja visto como o
down-town, estando por isso aberto a edifícios mais altos, numa altura
que não quantificou mas disse ser inferior à do Parque das Nações. Aqui
haveria hotéis, escritórios e actividades inovadoras. Em seu redor, e
lembrando que já existe a zona habitacional da Quinta das Laranjeiras,
o arquitecto propõe que se criem quarteirões independentes, com
actividades laboratoriais, ligadas aos media e à investigação
biomédica. Para isso, sugere que a câmara atribua "bonificações na
edificação". Isto lado a lado com habitação, escritórios, comércio,
serviços, estacionamento e espaços verdes.
Ontem foram também apresentados, entre outros, o Plano de Pormenor da
Baixa e o Plano de Urbanização de Alcântara, que, de acordo com o
vereador do Urbanismo, serão discutidos em reunião camarária na próxima
semana. Em relação à Baixa, Jorge Catarino Tavares afirmou que com este
plano "fica concluída uma das condicionantes essenciais para a
candidatar a Património Mundial". Segundo o autor, está prevista a
criação de um programa informático através do qual se poderá saber
quais as condicionantes de intervenção para cada um dos edifícios.
Para o presidente da câmara, este e outros planos que estão a ser
desenvolvidos demonstram "um potencial enorme de investimento, que está
há anos paralisado". Segundo António Costa, são "mais de 26" os estudos
urbanísticos que durante a sua presidência foram desenvolvidos ou
concluídos.
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