Público, 21.07.2009, Inês Boaventura
O vereador Manuel Salgado anunciou ontem que a Câmara de Lisboa se prepara para lançar nos próximos meses sete concursos públicos de arquitectura, alguns dos quais em parceria com outras entidades. Entre eles está o do terminal de cruzeiros entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco, que, ao contrário do que pretendia a anterior Administração do Porto de Lisboa (APL), não terá as valências de hotel e centro comercial.
O concurso do terminal de cruzeiros será provavelmente lançado em
Setembro, em parceria com a APL, tal como um outro relativo à praça
existente junto à Doca de Santo Amaro, que poderá ser lançado ainda
este mês. Cai assim por terra o muito contestado projecto que previa
para Santa Apolónia, além de uma gare marítima para cruzeiros, um hotel
com dois pisos, uma área de escritórios, zonas comerciais e
estacionamento.
Também segundo Manuel Salgado, e em parceria com a Frente Tejo, deverão
avançar em Setembro os concursos públicos para a área entre o Campo das
Cebolas e a Doca da Marinha e para o espaço público da zona monumental
de Belém.
O vereador do Urbanismo revelou ainda que a autarquia "vai alterar
completamente" o espaço público do Largo do Rato, que um estudo do
investigador Aymeric Bole-Richard, divulgado pelo PÚBLICO em 2008,
conclui ser "um lugar hostil e perigoso para o peão". Manuel Salgado
corrobora esta visão e diz que quer que o peão passe a ser "rei" neste
local.
Em Setembro, numa intenção que o autarca admite que poderá só ir avante
no próximo mandato, deverá ser lançado o concurso para o centro de
congressos da Praça de Espanha. Por fim, a câmara vai desafiar jovens
arquitectos a desenvolverem um projecto para terrenos municipais de
Pedroços, que inclua creche, biblioteca e zonas de habitação, mas
também um núcleo de "habitação evolutiva, que possa crescer em função
das necessidades das famílias".
À margem da apresentação de planos e estudos urbanísticos lançados
neste mandato, Salgado admitiu que lhe causou "alguma surpresa" o
recente anúncio da expansão do Metro a Loures. Isto porque, diz, num
relatório preliminar apresentado pela transportadora em Junho esta obra
não era "prioritária", ao contrário de outras, como o prolongamento da
linha Verde a Carnide. O vereador considera que "a grande aposta" para
os próximos anos não deve ser o metro convencional, mas sim uma rede de
eléctricos rápidos de superfície, a implementar por exemplo em
Alcântara.
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