Novo regime de reabilitação gera controvérsia |
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Diário Económico, 30-06-2009 Os
proprietários e os inquilinos mostraram-se ontem contra o novo regime
jurídico de reabilitação urbana aprovado em Conselho de Ministros em
Abril. Este é um dos pilares de apoio à renovação das cidades,
juntamente com o Proreabilita e com a iniciativa JESSICA.
Um dos pontos
criticados foi a possibilidade de venda forçada da casa em hasta
pública sempre que o proprietário não cumpra as ordens de reabilitação
urbana dadas pelos municípios. Para o presidente da Associação
Lisbonense de Proprietários, Menezes Leitão, além de "vago e confuso",
o diploma "é claramente inconstitucional". Se o Governo aprovar o
diploma "estará a rasgar a Constituição", afirmou na apresentação do
regime jurídico que deverá ser aprovado na generalidade na Assembleia
da República na próxima sexta-feira.
No entanto, o ministro do Ambiente, Nunes Correia, garantiu que os
direitos dos proprietários estão protegidos no diploma. "Esta figura da
venda forçada só se aplicará, de facto, quando estiverem em causa
operações urbanas complexas". Além disso, o responsável explicou que se
a casa for vendida em hasta pública por um valor inferior ao da
avaliação, o proprietário receberá sempre o montante indicado na
avaliação. Neste caso, será a entidade gestora da operação de
reabilitação urbana a ressarcir o proprietário.
Por sua vez, o presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses,
Romão Lavadinho, afirmou que o documento é "omisso quanto aos direitos
e deveres dos arrendatários". O regime jurídico pretende servir de
enquadramento legal, definindo os mecanismos e incentivos à
reabilitação urbana em detrimento da construção de habitação nova.
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