Público, 05.06.2009, Ricardo Garcia
Fraldas reutilizáveis, menos jornais gratuitos, facturas electrónicas e água da torneira em vez de garrafa estão entre as medidas de um plano apresentado ontem pelo Ministério do Ambiente para reduzir a quantidade de lixo produzida no país. A acção mais eficaz, porém, é fazer compostagem dos resíduos orgânicos em casa. É a terceira tentativa oficial de se controlar a produção de lixo.
O primeiro Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU I)
não atingiu a sua meta de redução. E o PERSU II (2007-2016) começou
mal: em 2007 também falhou a alvo.
O agora divulgado Programa Nacional de Prevenção de Resíduos Urbanos
promete reduzir, através de um conjunto de medidas, a recolha de lixo
entre 50 e 100 quilos por pessoa, por ano. Cada português deita fora
470 quilos de lixo por ano.
A compostagem é a medida com maior efeito. Numa habitação portuguesa,
cerca de um terço do lixo é composto por resíduos orgânicos - como
cascas de frutas ou restos de comida. Com a compostagem em casa, nas
escolas e em zonas rurais, pode-se reduzir o lixo orgânico em cerca de
17 por cento.
As fraldas descartáveis podem ser evitadas em 20 por cento, segundo o
plano. Mas o peso absoluto desta redução, no cômputo geral, é mais
reduzido.
No cenário mais optimista, a produção total de lixo poderia ser
reduzida em 17 por cento até 2016. Um cenário menos optimista - mas
mais adaptado à realidade portuguesa, segundo o plano - coloca a
redução em 10 por cento. Se nada for feito, estima-se que a quantidade
de lixo crescerá quatro por cento.
O programa ontem apresentado não traz detalhes sobre como será posto em
prática, que tipo de infra-estruturas serão necessárias, nem onde se
irá buscar dinheiro ou incentivos para a sua implementação.
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