Público, 03.06.2009, Jorge Talixa
A fase final de discussão do futuro Plano Director Municipal (PDM) de Vila Franca de Xira conduziu a uma proposta que aumenta em 200 hectares as áreas destinadas a actividades económicas, mas rejeita sugestões dos munícipes e dos autarcas locais para a criação de novas zonas empresariais em freguesias rurais.
O documento resultante da análise final da comissão técnica de
acompanhamento segue agora para parecer final da Comissão de
Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, antes
da votação final nos órgãos autárquicos municipais e da apreciação em
Conselho de Ministros. O PDM vila-franquense deverá ser, assim, um dos
primeiros a concluir o processo de revisão.
Mas esta última versão da proposta de revisão continua a motivar
críticas da oposição, com a CDU a criticar o "excesso" de áreas para
construção de habitação e o PSD a reclamar mais áreas para instalação
de empresas. Maria da Luz Rosinha, presidente da edilidade
vila-franquense, sublinha que "o controle da expansão urbana, desde
logo nas freguesias do Sul e o apoio à criação de condições para a
instalação de unidades económicas geradoras de emprego" foram
preocupações do executivo socialista. Admitiu, contudo, que "não foi
possível ir tão longe quanto gostaríamos, sobretudo quanto à
disponibilidade de áreas para a fixação de empresas e de pessoas em
áreas rurais".
O processo de revisão iniciou-se em 1997, mas sofreu alterações
impostas pelo Plano Regional de Ordenamento do Território da Área
Metropolitana de Lisboa, aprovado em 2001, e a recente legislação que
obriga a um estudo ambiental estratégico. Só no final do ano passado se
realizou a discussão pública da proposta final de revisão e o documento
daí resultante aumenta em cerca de quatro por cento as áreas urbanas e
urbanizáveis, sobretudo pela transferência de classificação de solos
não ocupados integrados em espaços industriais como o da Indústria
Aeronáutica de Portugal.
Nesta fase final de discussão foi reduzida de dois para um hectare a
área mínima das parcelas rurais para construção de habitação própria e
registou-se um aumento de 200 hectares nas áreas para actividades
económicas. João Rebolo, arquitecto que acompanha o processo de
revisão, frisa que a proposta admite a possibilidade de construção de
mais 19 mil fogos no concelho, que se considera "adequado ao que se
estima que seja a procura".
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