in Público, 19.05.2009, Aníbal Rodrigues
O executivo da Câmara de Matosinhos aprovou ontem uma medida que visa estimular a reconversão de instalações industriais desactivadas ou que, estando ainda em funcionamento, a actual conjuntura venha a tornar obsoletas. Segundo a lei, quem pretender recuperar estas áreas para fins habitacionais ou comerciais tem de efectuar cedências proporcionais ao edificado para espaços verdes ou equipamentos. Já com a medida agora aprovada, não são necessárias essas cedências, se nas ex-instalações industriais vierem a surgir actividades económicas de carácter inovador.
O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, enalteceu a
medida em si, defenindo-a, também ela, como "inovadora". "É um sinal de
incentivo para quem quiser recuperar unidades industriais. O que ficará
completamente excluído é o meramente comercial ou o meramente
habitacional. A ideia é que essas áreas voltem ao serviço económico",
acrescentou o autarca. "É um chamamento para que mais investidores
possam aproveitar as várias ex-indústrias que há no concelho de
Matosinhos", insistiu.
Segundo o texto da proposta, a autarquia irá aceitar "o aproveitamento
de antigas unidades, desde que a transformação das mesmas não altere
uma percentagem de mais de 60 por cento da estrutura do edificado". No
seu interior, impõe-se a instalação de "usos inovadores". "Condomínios
empresariais, indústrias ligadas a produtos de novas tecnologias,
saúde, dispositivos médicos e área farmacêutica, biotecnologia e
agro-alimentar, tecnologias de informação, comunicação e electrónica e
máquinas e material eléctrico ou energias renováveis" são alguns
exemplos citados.
A autarquia adianta que existem já no concelho exemplos deste tipo de
unidades, como é o caso do Centro Empresarial Lionesa, um condomínio
com 132 fracções, que ocupou e revitalizou uma grande área de edifícios
industriais desactivados, em Leça do Balio. Aqui operam vários sectores
de actividade, incluindo serviços, comércio, indústria, lazer e
desporto e o empreendimento dispõe do seu próprio sistema de
transportes para trazer e levar os trabalhadores.
Possui ainda, para uso dos utentes das empresas ali instaladas, um
restaurante, um ginásio, uma lavandaria e uma minicentral de correios,
acessíveis a todo o público que frequenta o condomínio empresarial e a
funcionar como apoios das cerca de cinco mil pessoas que ali se
deslocam para trabalhar.
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