in Público, 08.05.2009
Reduzir a área prevista para a expansão do terminal de contentores de Alcântara, criando uma área verde e de lazer em redor da gare marítima, é o objectivo de negociações que a Câmara de Lisboa está a manter quer com a administração portuária quer com a Liscont, concessionária do terminal. Segundo o vereador do Urbanismo na autarquia lisboeta, Manuel Salgado,
apesar de ter a zona concessionada até 2042, a Liscont mostrou-se
"disponível desde o início" para abdicar de ocupar mais esta parcela
defronte do rio com contentores.
Já a administração portuária
manifestou-se há alguns meses contra os planos da autarquia de fazer
uma zona verde entre a gare marítima e o rio e de alargar a zona de
bares e restaurantes das Docas até aqui. Mas, segundo Manuel Salgado,
as suas posições têm também vindo a aproximar-se das da câmara. Até
porque um eventual acordo entre as partes poderá estabelecer a reversão
da zona para fins portuários novamente, caso razões económicas o
justifiquem "e os lisboetas assim o entendam", explica o vereador. Manuel Salgado quer lançar um concurso de ideias para a ocupação do
espaço em redor da gare marítima de Alcântara, que deverá ser
desactivada e transformada em pólo cultural. O projecto imobiliário
Alcântara XXI, ali ao lado, também sofrerá "uma redução da área
edificável". Entretanto, a comissão parlamentar que apreciou a petição
contra o alargamento da concessão da Liscont - feito sem concurso
público - deverá ouvir o presidente do conselho fiscal do porto de
Lisboa. O fiscalista tem dúvidas sobre a constitucionalidade do
contrato firmado entre o porto e a Liscont. A comissão vai também solicitar ao Ministério do Ambiente
esclarecimentos sobre "os prazos dos estudos de impacto ambiental
anunciados e sobre quais as obras que não estão sujeitas a estudo de
impacto ambiental", segundo revelou a agência Lusa. Os deputados querem
ainda ler o contrato entre a Liscont e o porto de Lisboa. A.H.
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