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Plano de pormenor em Coimbra ajuda trabalhadores Imprimir E-mail

in Público, 29.04.2009, André Jegundo

A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) já aprovou o novo plano de pormenor para a zona da antiga fábrica da Estaco, um estudo urbanístico que aumenta a capacidade de construção numa área superior a 40 hectares. Um dos objectivos do plano é promover a venda do terreno onde se situam as antigas instalações da Estaco, na zona industrial da Pedrulha, o que permitirá ressarcir os antigos trabalhadores dos 6,5 milhões de euros de salários e indemnizações a que têm direito.

O plano de pormenor, que foi aprovado por unanimidade na reunião do executivo camarário, procura aproveitar a localização prevista para a futura estação central de Coimbra (que deverá juntar a rede de alta velocidade à rede ferroviária normal) para promover a instalação de "espaços comerciais", "hotelaria" e "logística" numa zona que se encontra hoje degradada. "É uma oportunidade para requalificar e renovar a estrutura urbana desta zona da cidade", defende o vice-presidente da autarquia, João Rebelo, acrescentando que a localização da nova estação naquela zona representa uma "mais valia" para o projecto.

Jorge Vicente, do Sindicato das Indústrias de Cerâmica do Centro, defende que a venda do terreno onde funcionava a antiga fábrica é "neste momento a única solução possível" para que os credores da empresa, que encerrou em 2001, possam receber os 12,5 milhões de euros que estão em dívida. Entre os credores da Estaco, empresa que esteve em actividade durante mais de setenta anos, encontram-se antigos trabalhadores, a banca e a Segurança Social.

O plano de pormenor vai ser agora enviado para a Comissão de Coordenação da Região Centro (CCDR-C) mas, para que a situação seja desbloqueada, continua a faltar um investidor que manifeste interesse em adquirir os terrenos da antiga fábrica, algo que nunca aconteceu desde que a autarquia aceitou suspender o Plano Director Municipal (PDM) naquela zona, já depois de a fábrica ter encerrado em 2001. Nessa altura, defende João Rebelo, a autarquia acordou com os gestores da massa falida da Estaco desenvolver um plano de pormenor para a zona. Em contrapartida, os responsáveis pela empresa tinham a missão de encontrar investidores para o terreno, o que nunca chegou a acontecer.

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