in Público, 11.04.2009
São cerca de seis mil as casas em risco de ruir no Porto, segundo o presidente do Sindicato da Construção Civil do Norte, Albano Ribeiro, que responsabilizou Rui Rio, presidente do município, por eventuais acidentes. Albano Ribeiro disse que a cidade do Porto "tem mais edifícios degradados do que Lisboa", salientando que a aposta da reabilitação destes prédios pode ser uma solução para combater o desemprego no sector da construção civil. "A situação é preocupante. Temos 39 mil desempregados no sector e mais 20 mil podem ficar sem emprego a curto prazo", alertou.
Nas contas do sindicalista, se forem necessários cinco trabalhadores
para recuperar cada uma das seis mil casas em risco, isso significa que
"podem ser criados 30 mil postos de trabalho, ainda que de uma forma
faseada". O sindicalista defendeu ainda a criação de uma linha de
crédito especial para apoiar os proprietários que pretendam reabilitar
os edifícios em risco, mas alertou que, depois das obras, "as casas
devem ser alugadas ou vendidas sem especulação". "Deve-se investir
primeiro na requalificação das casas em risco de ruir e só depois em
obras como o TGV", defendeu. A "situação é preocupante", corroborou
Teixeira Lopes, candidato do BE à Câmara do Porto, que foi o único dos
convidados a comparecer nesta conferência de imprensa realizada em
frente aos Paços do Concelho. Teixeira Lopes salientou que o Porto "é
uma cidade onde há cada vez mais gente sem casa e mais casas sem
gente". "Muitas pessoas poderiam ter casa se houvesse outra política de
recuperação do edificado", afirmou, defendendo que a Câmara do Porto
"deve expropriar os edifícios em risco cujos proprietários não fazem
obras, à espera que eles caiam para depois construir no terreno".
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