in Público, 10.04.2009
A candidata do PS à Câmara do Porto, Elisa Ferreira, quer que a Empresa do Metro do Porto (EMP) apresente estudos sobre todas as hipóteses de traçado da linha de metro no Campo Alegre, para acabar com o "discurso emocional" sobre o investimento. "A empresa do Metro deve apresentar as diferentes variantes do projecto, estudando a linha toda subterrânea, à superfície e as opções intermédias, clarificando os custos de investimento, os valores estimados de procura, os aspectos ambientais e a intermodalidade", sustentou ontem Elisa Ferreira, em declarações à agência Lusa.
A posição da candidata do PS surge numa altura em que se multiplicam as
vozes favoráveis ao enterramento da linha, nomeadamente da comissão
nomeada pela Câmara do Porto para o acompanhamento do projecto, por
oposição ao que defende a EMP. Apesar de estar mais "inclinada" para a
opção do metro subterrâneo, Elisa Ferreira rejeita entrar "numa
discussão emocional" sobre esta matéria. "As opiniões que tenho ouvido não justificam as suas opções de forma
clara. E não me parece o melhor método enveredar por uma emocionalidade
excessiva, quando temos tudo para decidir com uma base racional e com
uma análise de custos", afirma. Em causa está, na perspectiva de Elisa Ferreira, um investimento avultado e um projecto que pode ser definido com calma. "Um projecto de mais de 300 milhões de euros merece um estudo calmo, e
não emocional. O projecto não vai arrancar nos próximos três, quatro
anos. Não é um processo para discutir num estado de emoção total. Não
me parece a maneira mais correcta de fazer grandes investimentos
públicos", observou. Assim, diz Elisa Ferreira, apenas um estudo
completo sobre todas as alternativas permitirá discutir o tema "com
todos os dados em cima da mesa". A candidata defende, por isso, que a
EMP estude todas as alternativas ao pormenor. "Convém que o projecto
seja bem feito, e por isso tem de ser cuidadosamente analisado",
sustenta.
As divergências
A comissão de acompanhamento do projecto criada pela câmara, que inclui
o vereador do Urbanismo, Lino Ferreira, o director municipal do
Urbanismo, José Carapeto, e o presidente da Associação Comercial do
Porto, Rui Moreira, já afirmou ser contra o plano da Metro do Porto em
colocar o metro à superfície entre Matosinhos e o Bairro das
Condominhas. A Metro pretende que o metro atravesse o Parque da Cidade
em viaduto, rebaixando a linha para passar sob a Avenida da Boavista,
voltando depois à superfície na futura Avenida Nun'Álvares, que
desembocará na Praça do Império. Aqui é que começa a divergência da Comissão de Acompanhamento com a
proposta da empresa, já que o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto,
Lino Ferreira, considera que, "tratando-se de uma nova avenida em zona
nobre da cidade", não é admissível que a solução proposta provoque
tantos constrangimentos à circulação automóvel e mesmo de peões, pondo
mesmo em causa a construção de ciclovias".
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