in Público, 08.04.2009, Sandra Ferreira
A A Câmara Municipal de Resende adquiriu as termas de Caldas de Aregos, propriedade da Companhia das Águas e da Sociedade de Hotéis das Caldas de Aregos. A compra, por três milhões de euros, foi possível depois de a autarquia ter alienado, pelo mesmo valor, 15 por cento do capital social da Empreendimentos Eólicos do Douro, SA.
O negócio não teve qualquer impacto nos cofres da autarquia,
tratando-se de uma "oportunidade única" para afirmar o Douro e o
concelho como "destino turístico de excepção", sublinha o presidente do
município, António Borges. Após um longo período de negociações, o processo de aquisição
concluiu-se ontem, altura em que a autarquia passa a ser a proprietária
legal dos balneários, do Hotel Portugal e dos terrenos adjacentes que
deverão ser urbanizados. O município fica ainda com os direitos de
concessão da exploração do recurso mineromedicinal durante os próximos
39 anos. Ao longo das últimas duas décadas, a estância termal tem funcionado
entre Maio e Outubro, atraindo cerca de 600 aquistas por ano. Dentro de cinco anos, a autarquia espera conseguir atingir uma taxa de
frequência anual de cerca de 10 mil utentes, após realizar "profundas
obras de remodelação", realça o autarca.
A estância termal está degradada e alguns equipamentos, tais como uma
piscina interior e um ginásio, nunca chegaram a ser concluídos. O município irá contratar um arquitecto conceituado, cujo nome ainda
não divulgou, "capaz de transformar o complexo termal num espaço
moderno de saúde e lazer", aproveitando as verbas do QREN e do PIT
Douro, esclarece António Borges. Antes, a autarquia irá avançar com pequenas obras, de maneira a que os
balneários possam funcionar ao longo de todo o ano, o que permitirá à
autarquia criar a curto prazo 50 postos de trabalho.
Apesar de o negócio da aquisição das termas incluir a compra do Hotel Portugal, a autarquia não irá colocá-lo em funcionamento. "Nós criamos as condições necessárias para atrair os investidores",
justifica o autarca, adiantando que nos próximos cinco anos serão
investidos entre 35 a 40 milhões de euros na estância termal e na
requalificação urbanística da localidade.Em Caldas de Aregos está em funcionamento uma única unidade hoteleira
com 40 quartos. Os restantes hotéis e pensões estão desactivados há
diversos anos. As obras de maior vulto acontecerão apenas em 2010.
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