in Público, 03.04.2009, Ana Espada
Passou um ano desde a última reunião descentralizada, promovida pela Câmara de Lisboa, nos bairros históricos da cidade, mas as queixas dos munícipes mantêm-se: o mau estado dos pavimentos, a degradação dos edifícios e a demora nos tempos de licenciamento para obras. O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, adiantou que estão a ser feitas "negociações para um empréstimo de 120 milhões de euros que se destinam a reabilitação urbana".
Das várias queixas dos munícipes das freguesias de Santo Estêvão, São
Miguel, Santiago, Castelo, Sé, Penha de França, Graça, São Vicente de
Fora e Santa Engrácia, no Mercado de Santa Clara, a grande maioria diz
respeito ao estado de degradação e abandono de imóveis daquela zona,
quer sejam públicos ou privados, e à demora nos tempos de licenciamento
para obras. "Estamos a negociar um empréstimo de 120 milhões de euros através do
Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, que irá ser financiado,
em parte, pelo Banco Europeu de investimento", esclareceu o vereador
Manuel Salgado. O autarca da maioria socialista adiantou que as obras
se destinam a um projecto que irá abranger mais de 500 edifícios, num
total de quatro mil fogos. No entanto, o arquitecto admitiu que seriam
necessários 400 milhões de euros para todas as obras necessárias em
Lisboa e que "alguns edifícios são irrecuperáveis". "A falta de estacionamento leva a que os condutores estacionem nos
passeios, que estão cheios de buracos, impossibilitando o
atravessamento de peões", disse Rui Candeias, morador na freguesia de
Santa Engrácia. Marcos Perestrello, vereador das Obras Municipais,
adiantou que já estão a decorrer obras de pavimentação em alguns sítios
da cidade e que "para o próximo ano algumas destas zonas também serão
abrangidas". A escassez de transportes públicos, especialmente a horas mais tardias,
a limitação de circulação no interior dos bairros históricos por parte
de não-residentes, limitada a meia hora, e os atrasos nas obras de
escolas das freguesias foram outros dos problemas apontados pelos
munícipes. O presidente António Costa anunciou que para melhorar a
limpeza nos bairros históricos será lançado um concurso para mais 70
cantoneiros.
|