in Público, 28.03.2009, Luís Filipe Sebastião
A descontaminação dos solos industriais e a criação de um centro empresarial associado à gare do sul, da futura terceira travessia do Tejo, fazem parte do estudo prévio do Plano de Urbanização da Quimiparque e Zona Envolvente. O documento é aberto à participação pública a partir da próxima semana. A Câmara do Barreiro promove, a 3 de Abril, uma sessão de apresentação pública do estudo do plano, para que a população possa contribuir com sugestões para a reconversão urbanística da Quimiparque.
O presidente da autarquia, Carlos Humberto de Carvalho, salienta que o
plano respeita a memória e o património histórico, industrial e
ferroviário do Barreiro, mas pretende criar uma nova área urbana que
acolha "as vertentes do trabalho, da habitação e do lazer". O autarca da CDU considera que os 300 hectares da Quimiparque -
inseridos numa área mais extensa até 500 hectares - são determinantes
para o estabelecimento de uma nova centralidade do concelho. A
requalificação deste espaço, como frisou ao PÚBLICO, passa pelo reforço
de três vocações estratégicas: económica, zonas verdes e mobilidade, e
de lazer e requalificação ribeirinha. Carlos Humberto considerou que a
aposta nas actividades industriais e de serviços não é incompatível com
o uso habitacional, no sentido de "aproximar o emprego da habitação". O plano procura responder à necessidade de conciliar um novo pólo
logístico portuário com a proximidade à gare do sul e da ligação
rodoviária ao Seixal, bem como tirar partido do futuro aeroporto na
zona do campo de tiro de Alcochete. O maior desafio, contudo, reside na
descontaminação dos solos industriais, não só da Quimiparque, mas
também na Margueira e Siderurgia Nacional. No caso do Barreiro, a
Quimiparque promoveu a constituição de um agrupamento complementar de
empresas para resolver o problema dos solos contaminados. Carlos
Humberto salientou que uma parte dos poluentes, como o gesso e o zinco,
já está estudada, mas existem outros que precisam de soluções mais
aprofundadas. O depósito dos resíduos perigosos deverá dar lugar a uma
zona florestal que servirá para delimitar os vários tipos de actividade
urbanística.
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