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Intervenção no Bolhão pode ser reduzida Imprimir E-mail

Público, 20.05.2008, Patrícia Carvalho

A intervenção que a TramCroNe (TCN) vai fazer no Mercado do Bolhão pode ter menos impacto que o conceito inicial defendido pela empresa. Quem o disse foi o administrador delegado da TCN, Pedro Neves, durante as audições do relator da Comissão do Poder Local da Assembleia da República. "Podemos apresentar outra solução, com carácter de intervenção inferior", admitiu.

Tudo vai depender da posição final do Igespar (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) e da Câmara do Porto. Depois de apresentar ao relator da comissão, Fernando Jesus (PS), a proposta da TCN já tornada pública, Pedro Neves disse: "Estamos prontos. Se nos deixarem, é isto que vamos fazer. Se não aceitarem, nessa altura, integraremos todas as propostas, desde que respeitem os nossos parâmetros ." A saber: ser rentável, respeitar os comerciantes e melhorar o ambiente.

Pouco antes, Fernando Jesus ouvira, no Governo Civil do Porto, Paula Silva, da Direcção Regional de Cultura do Norte, em representação do Igespar, confirmar que existiu apenas "uma reunião exploratória" com a TCN (dividida por vários dias, de acordo com Pedro Neves). "Informou[-se] a firma dos princípios essenciais para um projecto de conservação e requalificação: a preservação do edificado, na sua essência, e a preservação das funções do local, o mercado", disse, confirmando: "Não existe projecto do Bolhão."

Aos jornalistas, Pedro Neves não quis revelar pormenores dos encontros com o Igespar, mas referiu-se, por várias vezes, a alternativas ao conceito conhecido. "O facto de termos analisado o projecto de várias formas dá-nos alguma confiança para dizer que acreditamos poder ser o parceiro da autarquia para um projecto de requalificação. Temos um conjunto de soluções relativamente vastas que podem ser aplicadas", disse.

Pouco antes, perante a questão de Fernando Jesus: "Tem a consciência que o vosso conceito pode chumbar no Igespar?", Neves respondeu: "Recearia isso se dissesse, ou fazemos este projecto ou não podemos fazer nada. Nós não dizemos isso." O responsável da TCN frisou ainda que o conceito inicial prevê uma intervenção de 24 meses, com a reabertura do Bolhão marcada para Dezembro de 2009. Um prazo cada vez mais apertado que, disse, "não vamos conseguir comprimir eternamente".

Questionado sobre se uma intervenção diferente obrigaria à intervenção financeira da autarquia, para que fosse economicamente viável, assegurou: "Procuramos uma solução dentro do perímetro da zona de intervenção, que permita um desenvolvimento sustentável. Digamos que queremos uma solução em que não seja preciso dinheiro da câmara e do Governo." Pedro Neves revelou ainda que o contrato de direito de superfície será assinado apenas "quando houver uma solução validada".

A ideia foi posta de lado, mas a segunda hipótese da TCN para instalar o mercado provisório, durante as obras, era a Avenida dos Aliados, explicou Pedro Neves. O responsável pela TCN frisou que a empresa preferia a Rua de Alexandre Braga, mas a câmara recusou. "Por uma questão de mobilidade. A câmara defende que é um eixo muito importante que deve ser preservado." Pelo mesmo motivo, continua por resolver a pretensão da TCN em transformar aquela artéria numa alameda pedonal, disse. O mercado provisório deverá ficar no Campo 24 de Agosto.

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