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Complexo turístico de 500 milhões em Castro Verde Imprimir E-mail

Público, 10.05.2008, Carlos Dias

Depois do projecto Parque Alqueva, que o grupo de José Roquette está prestes a iniciar no concelho de Reguengos de Monsaraz, segue-se o empreendimento turístico da Cavandela, que vai ocupar uma área com 565 hectares e uma frente de 4,5 quilómetros ao longo do troço do IP2 compreendido entre Castro Verde e Ourique.

Junto ao empreendimento turístico vai ser instalado um parque empresarial com 42 lotes de terreno que ocupará uma área com 38 hectares para instalar projectos associados às tecnologias ambientais e agro-alimentares, que pode vir a criar mais 1500 postos de trabalho.

O complexo turístico está a ser dinamizado pela empresa Cavandela - Sociedade Imobiliária, que integra o grupo internacional de investimentos imobiliários, E3 Property, e dele fazem parte um hotel de cinco estrelas com 360 camas e um aparthotel de quatro estrelas, com capacidade para 200 camas.

O projecto contempla ainda uma componente turístico-residencial apoiada em nove aldeamentos com 600 apartamentos, 700 casas em banda, 150 casas unifamiliares individuais e 110 casas unifamiliares geminadas que será beneficiada com dois campos de golfe, um complexo polidesportivo e de piscinas, courts de ténis e circuitos de manutenção. Espera-se que por ano frequentem aquele complexo turístico cerca de 90 mil pessoas.

Fernando Caeiros, presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, disse estar consciente do impacte que um projecto desta envergadura pode vir a ter na comunidade local. "Será uma nova localidade com uma dimensão equivalente à vila de Castro Verde", mas não vai "ofuscar os aglomerados populacionais já existentes" acentua, e para isso dá um exemplo: todas as funções administrativas do complexo "ficam reservadas para a vila".

Para o autarca, que diz já ter beneficiado da experiência colhida com a instalação do complexo mineiro de Neves Corvo, é ponto assente: "Não seremos apenas espectadores do desenvolvimento do projecto e o seu funcionamento, nem vamos demitir-nos da solução técnica adoptada" no empreendimento turístico.

Conhecedor do que se passou com alguns empreendimentos do género instalados na vizinha Espanha, que hoje são zonas degradadas porque ninguém assume a logística de apoio, o autarca alentejano não quer ver repetido o mesmo cenário em Castro Verde, frisando que os 16 anos previstos para a sua instalação permitem emendar a mão sempre que as coisas corram o risco de ficar fora de controlo. E para que mais tarde não venha a ser acusado de ter instalado o empreendimento à revelia dos seus munícipes, Fernando Caeiros vai hoje apresentar o projecto à população do concelho, para que esta o possa discutir. A sua construção está previsto arrancar no próximo ano.

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