Público, 30.04.2008, Aníbal Rodrigues
A Câmara do Porto vai estudar a cobrança do Imposto Municipal de Imóveis (IMI), o que, em última análise, poderá originar uma descida dos montantes cobrados aos munícipes. Trata-se de uma proposta elaborada pelo deputado da CDU na Câmara do Porto, Rui Sá, que ontem foi aprovada na reunião do executivo autárquico, com seis votos a favor, da CDU e PS, e sete abstenções, da maioria PSD/CDS.
"Isto é um instrumento fiscal que pode ajudar a fixar pessoas na
cidade. O objectivo é ver se podemos baixar a taxa, transformando-a num
instrumento de estímulo à fixação de população", explicou Rui Sá aos
jornalistas, após a reunião privada do executivo.
O Porto sempre aplicou a taxa máxima, mesmo quando vigorava a
contribuição autárquica, antecessora do IMI. A opção pelo máximo
baseava-se no facto de a avaliação dos imóveis se encontrar
desactualizada. Entretanto, com o surgimento do IMI, actualizaram-se
avaliações, diminuíram os períodos de isenção, e chegaram ao fim
algumas das isenções concedidas na década de 90.
Factores que contribuíram para o aumento da cobrança de IMI nos últimos
anos, apesar de, segundo a CDU, a cidade "ter vindo a perder população
de forma preocupante". Em 2004, apuraram-se 31.394.936 euros, em 2005,
34.842.253 euros, em 2006, 35.376.415 euros, e em 2007, 40.495.095
euros. Nesse sentido, a proposta aprovada ontem em reunião de câmara
visa, antes de mais, "explicar se o aumento da receita arrecadada com o
IMI se deve à actualização dos valores dos prédios, ao fim das isenções
ou a uma maior eficácia da cobrança fiscal".
Pretende-se ainda que este estudo fique pronto "a tempo de ajudar a
tomar opções aquando da data legal para a fixação da taxa de IMI a
praticar em 2009".
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