Publico, 15.04.2008, Catarina Prelhaz
A Câmara de Lisboa recebeu ontem nove propostas para a reabilitação do teatro Capitólio, um concurso cujo desfecho deverá ser conhecido a 20 de Maio. O objectivo consiste em devolver o edifício do Parque Mayer à sua traça original, conforme foi concebido no final dos anos 20 pelo arquitecto Luís Cristino da Silva, e eliminar as alterações que lhe foram sendo introduzidas desde então.
Os autores das ideias serão revelados dia 20, quando o júri presidido
pelo arquitecto Nuno Teotónio Pereira apresentar o resultado da
avaliação das propostas. A decisão definitiva só será divulgada depois
de os projectos serem novamente escrutinados a fim de verificar se
todos os requisitos do concurso foram cumpridos.
Entre as exigências da autarquia está a preservação da fachada
principal e a manutenção da principal sala de espectáculos, bem como da
esplanada ao ar livre daquele que é considerado um dos primeiros
edifícios do Movimento Moderno em Portugal. O concurso requer também o
desaparecimento do balcão existente a meia altura da sala de
espectáculos, da cobertura do piso superior e dos foyers justapostos à
lateral do edifício. Por fim, a câmara impõe que sejam repostos os
paramentos em vidro das fachadas laterais, os tapetes rolantes de
acesso aos pisos superiores e o palco superior para variedades e
projecção de cinema. Sujeitos à criatividade das propostas ficarão a
dimensão da zona afecta ao palco e aos camarins, as caves, o subpalco e
as arrecadações.
Para além de Teotónio Pereira, integram o júri os arquitectos Ana
Tostões, Andreia Galvão, Vera Pais e Jorge Ramos de Carvalho, bem como
os engenheiros Fernando Branco e João Freitas. Orçada entre 8,5 e 10
milhões de euros, a recuperação do imóvel será paga com as
contrapartidas do Casino Lisboa e deverá ser integrada no plano de
pormenor para o Parque Mayer e zona envolvente, actualmente em
discussão pública.
Ao PÚBLICO, Manuel Salgado já tinha afirmado que as obras de
reabilitação deverão arrancar em 2009, estando a sua conclusão prevista
para o ano seguinte. O Capitólio está classificado como imóvel de
Interesse Público desde 1983 e encontra-se abandonado há vários anos.
Com Lusa
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