É impossível calcular o número de pessoas que os impactos territoriais das alterações climáticas afetarão e a forma como serão afetadas.
Estes impactos resultarão, por um lado, das alterações climáticas e eventos climáticos extremos a elas associadas. Mas, por outro lado, resultarão também das políticas de mitigação e adaptação climática que colocaremos em prática, e as intervenções infraestruturais daí resultantes, ex. instalação de parques eólicos e solares, a classificação de solo como sumidouro de carbono, a extração de materiais necessários para tecnologias de energia renovável, etc.
Podemos estar a falar de perdas literais de território, ou de reconfigurações, mais ou menos radicais, do seu uso. Urge assim debater as questões de (in)justiça que esses impactos irão levantar.
A literatura sobre (in)justiça climática e território é ampla e interdisciplinar. Neste contexto, as alterações climáticas são cada vez mais percecionadas como multiplicadores de riscos e ameaças que exacerbam problemas económicos, políticos e sociais já existentes.
De facto, sendo um dos recursos mais abundantes no planeta, mas também dos mais contestados, o solo, e o uso do solo, são palco de uma multiplicidade de conflitos de origem climática. E a emergência destes é muitas vezes indireta, complexa e contexto-dependente.
O debate sobre 'Território em Transição Climática', nas suas múltiplas dimensões, constituirá, assim, o objeto do nosso próximo Encontro Anual, que se estruturará em torno dos seguintes temas:
• Sociedade e Território: que futuro?
• Reconfiguração de direitos para a transição climática
• Conflitos entre políticas e instrumentos públicos na ocupação do território
Ver:
- PROGRAMA
- TEMAS
- CARTAZ